Apesar de o título soar ofensivo e até mesmo mal educado, infelizmente é esta a verdade (vamos excluir aqui o relativismo da palavra “verdade”). Quem trabalha com o desenvolvimento de novas tecnologias sabe bem disso. Estive num evento que promovia o encontro entre empreendedores e investidores, onde aprendi sábias coisas. Tristes mas sábias. Pra quem não sabe como esse mercado funciona, vou tentar fazer um resumo. Um cara tem uma ideia, mas não tem grana pra coloca-la em prática, aí, ele conhece um cara que tem grana e está procurando um lugar para enfia-la. Se este achar que a ideia daquele é muito boa e vai trazer bons resultados para a sociedade e principalmente para seu bolso, eles juntam a fome com a vontade de comer. Pronto!
Este é chamado “capital de risco” ou “investimento de risco”, porque, se a novidade não pegar, o investidor perdeu dinheiro. Agora, se o negócio virar, o garoto prodígio que teve a grande ideia e desenvolveu a tecnologia e tal, terá de ser eternamente grato ao investidor que lhe deu o primeiro empurrão. E não pense que essa gratidão será paga com um chopinho no fim do expediente. Claro que não. Nem poderia.
É por isso que, quem trabalha no ramo, dá a dica: gaste a menor quantidade de dinheiro possível pra pôr sua ideia em prática. De preferência, seu próprio dinheiro.
A sorte é que cada vez está mais barato pra colocar novidades “no ar”. E mais! Podemos testar a aceitação dela antes de dedicarmos nosso tempo e trabalho. Com as redes sociais e outras ferramentas On-line, temos a oportunidade de fazer praticamente um senso sobre um serviço ou produto. Então, porque minha/sua ideia não vale nada?
A ideia maravilhosa que você teve, umas duas ou três pessoas que você conhece também já tiveram, e umas 3 ou 4 mil pessoas no mundo também. O que realmente vale é a execução dela. Pensar é fácil. O empreendedorismo está em coloca-la em prática de maneira eficiente e certeira. E tem mais! De novo! O empreendedor não executa uma ideia para vendê-la ou simplesmente ganhar dinheiro, ela o faz para realizar um sonho. Um desejo real. Existe sentimento ali. Dedicação, sabe?
Por tanto, quando tiver aquilo que os psicólogos chamam de insight, aquela inspiração que brota no peito, aquela vontade de gritar eureca, ou simplesmente matutar algo bacana, procure colaboradores que possam te ajudar a tornar sua ideia real. Compartilhe-a com pessoas experientes, amadureça-a. Um grande pensamento, muitas vezes, torna-se ridículo depois do amadurecimento. Aí você pensa: “Nossa, que besteira, onde estava com a cabeça?” Quando sua ideia for realmente boa, ela resistirá aos questionamentos e ficará mais forte com o amadurecimento. Será um sucesso. E lembre-se: ideia custa um centavo a dúzia, já a execução, você determinará o valor.
Luiz Fernando Ramalho
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